terça-feira, 26 de outubro de 2010

Pensar global, agir local
Património Imaterial
Do
Porto Santo

Expressões idiomáticas
Vocabulário ligado à pesca
Gastronomia local

Pensar global, agir local
Património Imaterial
Do
Porto Santo

Expressões idiomáticas
Vocabulário ligado à pesca
Gastronomia local
Este trabalho tem como objectivo explorar as expressões idiomáticas do Porto Santo, expressões ligadas à pesca e também falar um pouco sobre a gastronomia Porto-santense.
Observando alguns aspectos dos habitantes da ilha e regressando ao passado conseguimos constatar que muitos dos costumes e expressões prevaleceram.


EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS

Os anos passam, as gerações multiplicam-se e as expressões populares do Porto Santo, usadas antigamente pelos seus habitantes como linguagem corrente, muitas delas prevaleceram e ainda hoje são usadas pela população. Cada sítio tem o seu vocabulário e o seu próprio sotaque.
A transmissão da linguagem, de avós para filhos e netos, teve naturalmente, algumas mutações, devido ao facto de hoje a população ser mais culta, além disso a classe social marca também o modo de expressão individual.
A linguagem popular do Porto Santo, mesmo que por outros não seja entendida é linguagem Portuguesa. Se é assim vejamos:
Em Lisboa dizem: O gaiato é vivaço, pá.
No Alentejo dizem: O moço tem a escola toda.
No Algarve dizem. O mecheco sabe mais que a justiça de Alvor.
No Porto Santo dizem. O rapaz é padre-mestre.
Todas estas expressões têm o mesmo significado, escritas e ditas de modos diferentes. Não é um dialecto mas sim um conjunto de expressões próprias dos habitantes, utilizadas no quotidiano.
Na linguagem popular do porto santo existem expressões interessantes, como por exemplo:
-Arreganhar a pregage (rir)
-pintou-me no toitiço (resolvi)
-passar o trapo (enganar)
-Estás balalau? (estás parvo?)
-Desmentiste o pé? (deste um entorse no pé?
Aparecem também palavras que não se encontram nos melhores dicionários, tais como:
Arepás- rapaz 
Entobiado – confundido
Pofa – gozo    
Moquenco – triste
Atremar – entender
Esbangar – quebrar
Estrema – repartido do cabelo
Arcas – costelas
Marca – botão
Resonda – sermão
Arrufar – encher
Canela – perna
Puxetes – abanões
Bilhardar – bisbilhotar
Apilhar – apanhar
Gafo- cheio
Mouco - surdo
Revido - contente
Arcadas – brincos
Vasilha- lata
Existem outras expressões que são puros erros por desconhecimento da escrita e daí a confusão fonética, por exemplo:
Catrapaz – capataz
Estôgamo – estômago
Cambra – câmara
Celca – acelga (vegetal)
Galatrixa – lagartixa
Pequeninho- pequenino
Manteia- manteiga
Formias - formigas
Contio -  contigo



Actividade Exploratória/Pesca


«Crentes, cheios de fé, trabalhavam e sofriam com os olhos levantados para Deus, o Senhor infinitamente grande da terra e do mar, da tormenta e da bonança, da fome e da fartura.» Maria de Lourdes de Oliveira Monteiro
Em tempo de seca e de miséria, muitos Porto-santenses viviam da pesca, tirando partido da riqueza do mar.

 

 

  

 Vocabulário da pesca

       Afainar- levantar e conservar levantada a parte larga dos remos, por meio de pressão na mão dos mesmos.
       Empoitar- ancorar, com referência a embarcações pequenas.
       Barlaventear- Navegar, descrevendo uma linha que faz, mais ou menos, ângulo recto com a linha representativa da direcção do vento dominante.
       Barra- faixa de nuvens paralela ao mar, que se apresenta na direcção do vento.
       Baxa- recife ou baixio que, nas proximidades do litoral, aflora à superfície do Oceano.
       Belisqueiro - é usado para impedir que as linhas de pesca sejam cortadas pela dentada afiada do peixe.
       Empatar - prender anzóis à linha de pesca com um nó a que chamam empate.
       Escalar - estripar e salgar o peixe.
       Maçarico - candeeiro de petróleo, usado pelos pescadores.
       Engodo - mistura de peixes triturados com sal, utilizado para atrair o peixe.
       Levar o burro – não pescar nada.
       Manica - cavala pequena.
       Parada - linha que suspende o anzol.
       Pexia - abundância de peixe

Gastronomia do Porto Santo

Bolo do Caco

Ingredientes
- 1kg de Farinha
- 50g de Fermento
- Sal - 1 colher de chá
- Água Fria qb

Modo de Preparação
Amassar bem a farinha com os ingredientes e por a levedar. Quando a massa estiver leveda, prepara-se uma toalha que vai servir de tendal, para tender os bolos. Deixa-se levedar novamente e quando a massa estiver novamente leveda, põe-se a cozer.


Bom Apetite!


Capelas de São João

Ingredientes
- 1kg de Farinha
- 5 ovos
- 125g de Manteiga
- 100g de Açúcar 
- Raspa de Limão
              - 100g de Fermento do Padeiro
- Leite qb



Modo de Preparação
Deitar os ingredientes todos e amassar bem. Fazer bolas individuais com a massa e deixar levedar. Quando estas estiverem levedas, bate-se um ovo e pincela-se cada bola, repenica-se com uma tesoura toda a superfície e de seguida coloca-se no forno para cozer.
Rosquilhas Típicas do Porto Santo
Ingredientes
- 1Kg de Farinha
- 200g de Margarina
- Noz-moscada e Canela a gosto 
- 100g de Banha
- 500g de Açúcar
- 5 ovos
- Raspa de Limão


Modo de Preparação
Amassa-se todos os ingredientes e põe-se a cozer no forno as rosquilhas.
Bom Apetite!



Biscoitos Torrados






                               



Ingredientes
- 1kg de Farinha
- 50g de Fermento Padeiro 
- 125g de Margarina
- Sal a gosto
- Leite para Amassar

Modo de Preparação 
Amassa-se todos os ingredientes e vai a levedar a massa. Quando estiver leveda, divide-se em porções pequenas e formam-se os biscoitos, que, depois de lêvedos novamente, vão a cozer ao forno. Depois de cozidos vão a torrar durante 12 horas. 

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